Dizem que todo bom texto começa com um causo para exemplifica-lo, então iniciarei assim.
Ocorreu dentro da minha própria casa há cerca de duas semanas. Minha companheira estava desesperada e questionei o motivo. Uma amiga havia enviado uma mensagem pedindo o depósito de uma quantia na conta de um terceiro. Ela depositou.
Foi um caso bobo, mas que exemplifica bem a questão da coletividade do tema segurança. Essa amiga havia tido sua conta de WhatsApp clonada. Ela em si, não sofreu perdas, mas com sua falta de cuidado, ocasionou danos ao patrimônio de outras três pessoas que acreditaram na mensagem. Logicamente, minha companheira e as outras duas pessoas deveriam ter desconfiado do pedido, mas não entraremos em julgamentos sobre vítimas de golpes.
A amiga poderia ter evitado toda a situação simplesmente se tivesse colocado uma senha no seu WhatsApp. Essa função já está presente há alguns anos, porém até hoje não é um padrão para a criação de uma conta, tendo que ser ativado posteriormente. Vários serviços tem possibilidades de segurança mais afinadas, porém poucas vezes são um padrão e o usuário deve aprender a procurar tais opções.
Mas o aprendizado desse causo e de outros, é que a segurança é coletiva, principalmente quando tratamos de uma coletividade, como um movimento social ou uma organização política.
Não basta a pessoa que pode ser um alvo se cuidar, há de existir um cuidado generalizado, afinal, quando lidamos com segurança, a nossa força deve ser medida a partir do nosso elo mais fraco.
É necessário que criemos um acordo coletivo nessa questão a partir da elaboração de protocolos de segurança a serem seguidos por todos. É preciso ter em mente a não individualização das decisões de seguranças tomadas, pois, a partir do indivíduo, o coletivo pode ser atingido.
Por isso, é necessário criar um elo e garantir o acompanhamento dos acordos coletivos em nossas organizações.
Nossos inimigos estão sempre alertas. Também precisamos estar. E em alerta coletivo.